Profissão: Bàbá/Ìyálórìsà. Você é contra ou a favor?

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adjá

 

No candomblé é comum ver algumas pessoas torcendo o nariz quando ficam sabendo que determinado sacerdote ou sacerdotisa vive da religião. Geralmente isso vem logo atrelado a cobrança de valores monetários, dinheiro mesmo. Mas afinal de contas, há algo de errado na pessoa que dedicou sua vida a aprender sobre os deuses africanos que cultua e agora cobrar para solucionar problemas alheio com base nisso?

 

Entre o dinheiro e a fé

Quando se entende algo por profissão, subentende-se que haverá salários ou honorários por executar as atividades. Talvez esse seja o grande problema enxergado por muitos quando um zelador/zeladora vive da religião. Ainda é uma grande tabu na cobrança por trabalhos e serviços religiosos executados. Mas não podemos olvidar que um barracão, que é o centro de fé e energia espiritual de um bàbálórìsà ou ìyálórìsà, necessita de manutenção, pagar contas como água e luz e ainda tem o gás e alimentação do próprio e dos que o ajudam (ìyáwo, ekéjì, ògá, etc.)

Outra coisa não muito comum antigamente, mas hoje se vê mais, é o investimento em conhecimento, cursos, seminários, livros e workshops. Também não esquecendo que o zelador(a)  paga por suas obrigações e ebo que venha a tomar com seu mais velho. Ou seja, quando se tem uma profissão, teve que se pagar para obter aquele conhecimento e no caso, aquele àse!

Ou seja, nada vem do nada. Por mais que alguns templos firmem mensalidades para os iniciados como maneira de ajudar nesta manutenção do local sagrado, ainda sim não podemos esquecer que o sacerdote ou sacerdotisa dos cultos afros, assim como o da maioria das religiões, tem sua vida profana e seus gastos no mundo, diversão, alimentação, vestimentas. Mas a grande diferença e bem gritante do Candomblé e Umbanda é não ter uma grande filial com um grande sacerdote, uma super organização como é o caso da Igreja Católica.


 

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Bens Materiais e a Religião

 

Por vezes quando um zelador ou zeladora tem um vida confortável, possui carro e posta em redes sociais viagens etc, logo pensam que ele é um marmoteiro que suga dinheiro de seus pobres clientes. Onde nos faz entrar em outra questão: o quanto é cobrado é justo? Justo para quem? 

Sabemos há muitos anúncios enganosos por ai, com promessas mirabolantes de resolver N situações na vida do consulente. Mas não podemos negar que alguns sacerdotes são conhecidos pela boa fama, do marketing boca a boca. Alguns possui um jogo ótimo e “uma mão boa” para alguns casos, isso cria bons resultados e faz entrar mais clientes e filhos na casa e uma coisa puxa a outra. Ou seja, ganhos por méritos.

Em outros casos é o nível da clientela, como aqueles que atendem juizes, atores, empresários de alto poder aquisitivo e políticos que quando bem atendidos costumam deixar um boa salva. Mas em todos os casos, os bens que provém da vida religiosa, ou melhor, dos serviços religiosos prestados sempre enche os olhos de alguns e faz torce o nariz de outros.

 

Mas e a caridade?

 

Vejo muita gente comentando que é falta de humildade que não se faz mais nada por caridade. Mas sabemos que alguns sacerdotes e sacerdotisa tem suas sessões de caridades, onde guias dão suas consultas gratuitamente. 

Na verdade, a caridade é mais praticada na Umbanda e menos no Candomblé, mas isso vem de motivos históricos e não por ganancia de um e bondade do outro. 

Há quem diga que hoje o que entendemos por obrigação de anos, nada mais são do que a lembrança de antigamente quando as senhoras fundadoras cobravam as alforrias compradas para seus filhos de santo. Dando a eles esses períodos para eles poderem pagar o que foi gasto na libertação deles. Bem, isso não foi estudo a fundo, mas não foi nem uma e nem duas as vezes que ouvi o assunto.

Mas sim, no Candomblé e Culto a Ifá há mais cobranças de valores que na Umbanda. Vide a história dos três e entenderá. Breve teremos a matéria sobre esse assunto.

 

 

Conclusão:

 

Ou seja, nem sempre deve ser visto como maus olhos um zelador viver de sua religião. Não são os valores e sim a conduta e idoneidade do mesmo que deve ser visto. Muitas vezes a bela casa está com prestação de 300 vezes, o belo carro também foi divido em muuuitas parcelas, a viagem foi presente de algum cliente satisfeito. E outras vezes é inveja de quem vê aquela vida boa e ainda não alcançou a própria.

Mas sim, há os charlatões e contra eles justiça e olhos abertos. Sempre busque referências e cuidado com promessas demais.

 

O que acha do assunto? Deixe seu comentário, quero saber o que pensou sobre.

 

O dábò!!

 

 

 

 

20 comentários em “Profissão: Bàbá/Ìyálórìsà. Você é contra ou a favor?

    Eliana disse:
    abril 12, 2016 às 1:59 am

    O diabo existe como Deus também existe o mal e o bem vai de quem queira servir a Deus ou ao diabo,fazer o bem ou o mal vai da sua escolha do seu Lívio arbítrio.que faz o bem colhe o bem, quem faz o mal colhe o mal.É assim que penso.’

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    Flavio disse:
    abril 12, 2016 às 3:25 am

    Acho digno e tem que ser regulamentado por lei acho ate que deveriamos criar uma regulamentação para tratar do assunto e ir alem disso criar uma modalidade de fiscalização aos marmoteiros temos que ser justo sem exploração e valores exagerados.Seria otimo um codigo de conduta e uma especie de manual de procedimentos para acabar de vez com a xosaçao se e que essa palavra existe.

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      olukovander respondido:
      abril 12, 2016 às 3:48 am

      Pois é, sou do mesmo pensamento da regularização para podermos dar um basta aos que fazem as coisas de maneira a explorar apenas financeiramente.

      Grato pela opinião.

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    Adriano Monteiro disse:
    abril 12, 2016 às 3:27 am

    Compartilho este pensamento

    : “é inveja de quem vê aquela vida boa e ainda não alcançou a própria.”

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      olukovander respondido:
      abril 12, 2016 às 3:48 am

      Pois é, muitas vezes é isso.

      Grato pela participação

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    Suzana disse:
    abril 12, 2016 às 4:11 am

    Olá. ..à todos.
    Penso que é muito válido se tornar uma profissão como qualquer outra.
    Investi muito tempo e muito dinheiro pra me tornar uma Yá, e para viver preciso de dinheiro como qualquer outra pessoa.
    Então nada mais justo, um salário para isso.
    Conheço inúmeros Babás, que precisam trabalhar fora para se manterem ou viver pedindo aos filhos de santo.
    Motumba!!!!

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    osvaldo Botino Omo Esu disse:
    abril 12, 2016 às 12:46 pm

    Nada mais justo que haja uma certa cobrança monetária pelo serviço ou atendimento prestado, desde que não seja uma quantia exorbitante como vemos por ai. Deve ser reembolsado o tempo e a psique gasta pelo sacerdote ( isa ).

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    marco disse:
    abril 12, 2016 às 1:51 pm

    Mojuba, Acredito que se a dedicação é exclusiva para o sacerdócio ele sim tem o direito de receber doações para a sua casa, tem gasto agua ,luz, imposto, café entre outras coisas, tem gasto com ele mesmo porque precisa de ser purificado, precisa dar oferenda para seus orisas entre outras coisas. não concordo com exploração, enganação, mentira.

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      olukovander respondido:
      abril 25, 2016 às 4:36 pm

      Pois é. A exploração e invencionices é que suja a religião.

      Grato pela presença!

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    Cesar disse:
    abril 12, 2016 às 5:17 pm

    Perfeito, o que move o mundo é o dinheiro, sendo honesto e justo. Normal ter um retorno por tanta dedicação….

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      olukovander respondido:
      abril 25, 2016 às 4:35 pm

      Justamente. Apenas deve ser de maneira balanceada essa cobrança!

      Grato pela participação!

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    ROBERTO GONZAGA FERREIRA disse:
    abril 12, 2016 às 10:22 pm

    Boa noite sou contra o profissionalismo mas tb não concordo do zelador não receber nada pois ele tem que sobreviver de alguma forma ,pois tem filhos de santos é pra isso a parti que o filho ou filha esta recebendo aquilo que desejas eu sou de de fazer muito agrado é um dinheiro ou uma roupa de santo ou é um bicho ou até mesmo o ajeum mas não pode é ficar o filho só venha nós e pro pai ou mãe nada ai é de mais

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    Ronaldo disse:
    abril 13, 2016 às 10:20 am

    Não sou contra cobrar mais é um exagero um irmão chegar sem dinheiro e não ser atendido ou deixar pra depois pois o mesmo tá sem uma yalorixas ou babalorixás cobrar um abirsudo pra fazer um orixa,ou fazer um ebó ou corta pro seu Exu,ou até mesmo seu Orixá não estou criticando mais essa é a realidade da nossa religião

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      olukovander respondido:
      abril 25, 2016 às 4:34 pm

      Com certeza. O valores às vezes são exagerados.

      Grato pela presença!

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        Milton disse:
        abril 30, 2016 às 12:23 am

        Ola…me permita comentar
        As vzs não …quase sempre os valores são abusivos..acho justo cobrar jogo de buzios , ebós afinal ninguém e obrigado a trabalhar de graça !
        Agora cobrar R $3.000,00 ou R $5.000,00 para fazer sto (iniciar) acho um abuso um verdadeiro roubo…quem assim procede torna impossível que novas pessoas se iniciem na religião. ..fazendo com que o candomble tenha cada vez menos adeptos !!!!!.
        Asé !

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        olukovander respondido:
        abril 30, 2016 às 1:10 am

        Mo júbà

        Grato por seu comentário e de acordo!

        O dábò!

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    Eduardo disse:
    abril 22, 2016 às 3:25 am

    Temos que vê que muitos deixou de construir família para dedicar ao arisas.

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      olukovander respondido:
      abril 25, 2016 às 4:33 pm

      Verdade, há um sacrifício pessoal no meio disso tudo.

      Grato pela participação.

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